Resenha: O Duque e eu, Os Bridgertons #1 - Julia Quinn.



Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo.Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.


Neste primeiro livro da série "Os Bridgertons" conhecemos Daphne, uma moça que como muitas outras da sociedade de Londres, está ansiosa - para não dizer desesperada - para encontrar um marido. É filha de Violet Bridgerton, tem mais sete irmãos, três mais velhos e que aparecem com frequência nesse primeiro livro: Anthony, Benedict e Colin.


Ao longo da história até conseguimos compreender esse anseio em se casar, Violet é uma mulher determinada, que mesmo querendo a felicidade da filha, não hesita em fazê-la conhecer inúmeros pretendentes. Na verdade, a mãe está determinada a casar seus filhos mais velhos, procura incessantemente por pretendentes adequados a eles e até os entrega uma lista com candidatos aceitáveis.


A questão é que Daphne recebe poucas propostas, com sua fala própria, ela diz que os rapazes a veem como uma amiga e não como uma esposa em potencial. É notável que a cobrança em cima dela é estressante e a busca por um marido é quase desesperadora. Daphne entende que os casamentos ali não são por amor, as vezes pelo dote que carregam ou pelo título ou nome da família, mas ela acredita que pode ao menos encontrar um marido de quem seja capaz de gostar e vice versa.



Nesse meio tempo, conhecemos Simon Basset (Agora Simon Hastings), um duque muito atraente e interessante, que como nos mostra o prólogo, teve dificuldades na fala quando criança, sendo um garoto gago que se esforçou muito para falar perfeitamente e também tem problemas com o pai, por conta da infância.
Recém chegado de sua viagem pelo mundo, Simon não pretende se casar e muito menos está procurando uma esposa, mas a sociedade de Londres não se importa, assim que o duque aparece em um baile cheio de pretendentes, as debutantes e suas mães o cercam, pois mesmo que tenha a reputação de um libertino, é um duque. 

Simon e Daphne se conhecem por acaso durante um baile, ele recém chegado do exterior pretende entrar escondido no baile e se depara com ela e um pretendente que pediu sua mão anteriormente, o duque observa a cena esperando o momento que entraria para defendê-la e seria um herói, mas a própria Daphne dá conta de seu pretendente inicialmente. Nesse primeiro encontro já notamos que ambos tem certo interesse um no outro e isso se segue durante o baile. Eles dançam e se conhecem e acabam até formando uma amizade. Dessa forma, decidem montar um plano para evitar que as pretendentes aterrorizem Simon e que Daphne consiga pretendentes decentes. 


Nesse livro as coisas acontecem até rápido, os personagens principais se conhecem, se tornam amigos e se interessam um pelo outro. Eles passam muito tempo juntos e Simon conhece mais da família Bridgerton. Também tem uma colunista de fofocas, a Lady Whistledown, com breves comentários nos inícios dos capítulos ela discute sobre a vida dos solteiros de Londres e dos possíveis casais. Na verdade, essas fofocas são até engraçadas e mesmo que fiquem incomodados, dá a entender que boa parte da sociedade lê.


Em certo momento, que Simon e Daphne não conseguem mais se conter, Anthony os flagra aos beijos no jardim de um baile que foram. Pela honra da irmã, Anthony briga com Simon e no final, saem dali com um duelo marcado para a manhã seguinte. Daphne, é claro, não deixaria Simon morrer e então insistiu que ele se casasse com ela, mesmo depois dele ter afirmado que não se casaria ou teria filhos. O que resultou foi um casamento e depois disso todos esses problemas que rondam Simon vem a tona.


Li um comentário de uma resenha sobre esse livro e não tenho como negar, é muito difícil concordar e aceitar certas falas e atitudes de uma história que se passa no século 19, com a cabeça que tenho hoje. É sim uma história que se passa a muito tempo, mas foi escrita atualmente, pelo menos para mim é impossível fechar os olhos para falas machistas e ler achando que está tudo certo. Em alguns momentos até me senti desconfortável com certas brincadeiras e comentários, que eu tenho certeza que não precisavam estar ali. E os piores momentos são no final do livro, machistas e horríveis. 


Depois dos personagens se acertarem e casarem, a história perdeu um pouco da graça que tinha, foi se desgastando e os personagens passaram a se arrepender de coisas e foi um processo muito lento para eles e cansativo para mim. Daphne no final se mostrou uma mulher que faria tudo para ter uma família e Simon estava sempre em conflito com ele mesmo.


Pelo que pude conhecer da família Bridgerton - que se resume a muitos momentos dos 4 irmãos mais velhos - a família é o mais importante para todos ali e isso fica óbvio. Anthony porém, saiu para mim com a impressão de ser um cara chato, claro que ele estava defendendo a irmã e etc, mas não funciona comigo essa pose de arrogante e ciumento. Colin talvez por entender mais a irmã, me deixou curiosa a seu respeito, então fico ansiosa para seu livro.


De uma forma bem geral e desconsiderando os pontos negativos, foi um livro interessante de ser lido. Logo no começo com o prólogo, conhecemos um pouco da infância de Simon e não tem como não sentir pena e desejar que ele se dê bem, fiquei muito apegada ao personagem por conta de sua história, ele simplesmente é um garoto que cresceu com um pai distante e que não gostava dele, que acreditava que ele não seria ninguém. 

Simon supera as expectativas, se torna um duque, e aprende com o amor que sente por Daphne a lidar com seus traumas do passado. Ele aprende a se libertar do estigma do pai e isso é muito legal de ver. Porém não posso negar a postura arrogante que ele mostra em vários momentos da história, ou até depois de colocar seu plano em prática com Daphne, Simon e Anthony que antes eram amigos se tornam quase inimigos, trocando farpas e ameaças o tempo todo. 



É puro "os oposto se atraem", de um lado Daphne, uma mulher corajosa e forte, que vem de uma família grande, amorosa e unida, que sonha em se casar e ter muitos filhos e do outro Simon, um homem que passou por dificuldades a vida toda, cresceu sem a mãe e sem o amor do pai, nutria um sentimento de ódio ao seu genitor que até o cegava para o que ele próprio queria fazer, cegava tanto que o impedia de ser feliz. 

É uma história de amor, intensa e complicada, com emoções e desejos a flor da pele, repleta de ensinamentos para os personagens e além disso, é uma jornada de auto conhecimento. Infelizmente para mim teria sido muito mais proveitoso se os pontos negativos que destaquei não existissem, mas ainda sim, é uma grande história.


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