Resenha: A Melodia da Alma, Maya Brito.




Nos últimos doze anos de sua vida, a mineira Eliza construiu uma sólida carreira em uma consultoria na capital de São Paulo. A imensa selva de pedra se tornou um excelente esconderijo para o seu coração sem esperanças. Para fugir da dor, ela preencheu seus dias com trabalho duro, enquanto sua própria alma se esvaziava. Mas, quando os fantasmas de seu passado voltam a assombrar seus dias, o que ela poderá fazer se os muros erguidos ao seu redor não forem mais capazes de conter o estrondoso som da vida?

Maya Brito é a mais nova parceira do Livros Infinitos. Lançou recentemente seu conto: "A Melodia da Alma".

Eliza é uma personagem curiosa. Há alguns anos, em Minas Gerais, ela era uma pessoa que se dedicava completamente a música, tinha uma banda e sua vida girava em torno disso. Agora, doze anos após ir para São Paulo, vive sua vida de modo ameno, sem muitas emoções e na verdade, sem sentir muito. Algo grande aconteceu em seu passado e que a transformou de uma maneira ruim, ela deixou sua vida para trás e partiu para a cidade grande, para recomeçar.

É difícil trazer vida às coisas quando nem ao menos se sente vivo.

Eliza deixou seus sonhos de lado, incluindo sua paixão pela música e se tornou coordenadora de planejamento em uma empresa. É nesta empresa que ela conhece e mantém uma relação com Marcos, apesar de estar envolvida, é mais como uma atração física pois ela não se permite sentir muito por ele, é uma relação fria da parte da personagem.

Não descobrimos o que aconteceu logo de cara, seguimos pegando pistas pelo caminho e tentando entender quem era - e agora quem é - Eliza. Descobrimos mesmo quando pessoas de seu passado voltam para sua vida e somos levados juntos para dentro desses sentimentos e traumas do passado.

Depois que passamos a entender a personagem e suas mágoas, compreendemos o relacionamento dela com Marcos. Eu sinceramente achei muito bonito a relação dos dois, Marcos sentia e queria demonstrar isso, suas ações nos contavam o quanto ele sentia e estava ali disposto a esperar e achei isso bem legal.

Maya tem uma escrita muito calma, que simplesmente me levou para a história. Acho que a autora soube muito bem usar as palavras e descrições, por ser um conto as coisas poderiam ser apressadas, mas não foram... tudo ocorreu no seu tempo, enquanto somos levados pela história e pela vida dos personagens. 

E eu permiti, em meio àquelas pessoas, que a música, que outrora me partiu, me remendasse definitivamente.

Depois de tudo o que passou, vendo o que sua vida se tornou, ela entende que não precisa continuar daquela forma, sem graça e sem emoção; a personagem começa a enfrentar isso e começa a se abrir para as possibilidades, principalmente para o amor. 

O conto é emocionante e passa uma mensagem linda, mesmo com os traumas e decepções que Eliza carrega, ela decide que está pronta para viver novamente.


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Lembre-se, Maya estará na Bienal do Rio de Janeiro no sábado, dia 07 de Setembro.



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