Resenha: Desejo e Honra, Tatiane Durães.







                       


                          



Autora: Tatiane Durães | Páginas: 220 páginas | Para comprar o e-book: AMAZON
Apoie no CATARSE: DESEJO E HONRA



Antes de começarmos a falar sobre a história em si, acho importante situar quem está tendo um primeiro contato através da resenha. O livro se passa no Brasil, em Minas Gerais, no ano de 1890, nessa época o foco já não era mais no ouro de Minas, mas sim na produção de café. Este é um ponto até discutido durante a história, pois Leon, um dos personagens principais, é um fazendeiro que trabalha com a hipótese de fazer o plantio de café em suas terras.

A Lei Áurea foi assinada pela princesa Isabel, que aboliu a escravatura no nosso país em 13 de maio de 1888, então a história se passa num período recente a abolição, e mostra bem essa adaptação dos fazendeiros e dos escravos. Temos Leon, um jovem senhor que nunca foi a favor da escravidão, e que costuma tratar seus trabalhadores com muito respeito, logo todos o tem em grande estima por seu jeito atencioso.





No início do livro, podemos ver que ainda existem alguns fazendeiros que mantinham os escravos mesmo com a Lei Áurea em vigor, fala também da adaptação dos escravos agora que se tornaram livres, mas ainda sim muitos não tinham para onde ir, casa para morar, o que os faziam ficar nas casas dos fazendeiros.


Começamos com a personagem principal, Amanda fugindo da força Pública. Ela havia acabado de ser traída por seu parceiro Henrique, que a tinha denunciado por assassinato. Amanda é uma ladra, que aprendeu esse ofício com seu falecido pai; assim como ele, Amanda é conhecida, pois tem a destreza e a facilidade para roubar sem ser pega. Acompanhamos sua fuga da polícia e vemos a facilidade com que ela se esconde e entra nas casas, até mesmo pegando coisas como roupas, na tentativa de se disfarçar entre as pessoas.

Naquele momento, na cidade, a ladra não vê muita escapatória, porém encontra com Lurdes, uma conhecida de sua falecida mãe, a quem lhe devia um favor. Amanda sabia que Lurdes trabalhava em uma fazenda afastada da cidade e viu ali uma oportunidade para sair da cidade e se esconder por um tempo. Pediu a Lurdes abrigo por algum tempo, o que a mulher hesitou não querendo trazer problemas para seu patrão, porém cedeu pois tinha um apreço por Amanda.


Chegando na fazenda, Amanda foi posta para trabalhar na cozinha, onde ficaria escondida. Porém, a ladra passou a notar coisas estranhas pela casa. Quando servia o almoço para o Conde Leon, Amanda passava por um corredor onde diferentes quadros encontravam-se na parede, após algumas vezes passando ali, notou que os quadros mudavam, as mesmas pinturas eram trocadas e algumas vezes o quadro de uma mulher morena aparecia no local. Amanda questionou uma ajudante da cozinha, Sabrina, com quem também dividia o quarto, a jovem negou que os quadros eram trocados e com a descrição da mulher que aparecia em um dos quadros, Sabrina se enrolava e deixava Amanda curiosa, o mesmo acontecia com Carmen, a responsável pela cozinha. Todos pareciam saber do que Amanda falava, porém era um segredo que não estava a seu alcance.

O Conde Leon era um homem viúvo, sua falecida esposa, Cassandra, era querida entre os trabalhadores e todos diziam que o Conde não havia se envolvido com nenhuma outra mulher desde a precoce morte de sua esposa.

Em um dos dias que serviu o Conde Leon, Amanda ficou a disposição da mesa, pronta para servir ou retirar pratos, observava o caminho e então viu pés descalçados, seus olhos seguiriam e viram uma bela e jovem mulher, sem pensar muito, a ladra saiu em disparada para saber quem era ela, porém ela desaparecia. O Conde Leon passou a desconfiar e questionou o que Amanda tinha visto, ela usou a desculpa de ter visto ratos, pois sabia que era absurdo se tentasse explicar. A partir disso, Leon adquiriu uma curiosidade sobre Amanda, que se desenvolve em uma paixão de ambas as partes.


Ao longo da história, acompanhamos o crescimento do romance entre Amanda e Leon, e junto dele segredos e mistérios que cercam o Conde e a sua fazenda. Eu não esperava um fundo sobrenatural em um romance de época, então para mim foi uma surpresa incrível e mais ainda pois foi muito natural e interessante de ler.


Eu tive contato com a escrita da autora com o primeiro livro da trilogia "As Faces da Luz", nessa 
vez tive dificuldades com a história, por achar a escrita muito travada e densa, com detalhes que só prolongavam uma pequena parte. Nesse livro, eu tenho que elogiar a escrita, talvez pelo gênero ou temas escolhidos, mas a escrita estava muito fluída, em poucas horas eu já estava envolvida com aqueles personagens, com aquela trama e curiosa para saber quais eram os segredos e o porquê de tudo isso. Consegui finalizar o livro em pouco tempo  ainda sim, a história continua viva em minha cabeça.







Desejo e Honra começa simples, mas ao longo da leitura podemos acompanhar o crescimento gradativo da história e vemos o quão grande ela pode ficar. Eu iniciei a leitura cega, sem consultar sinopse nem nada disso, então quando entendi de fato o que acontecia, me surpreendi. Esse romance de época tem um diferencial, pois se passa em uma época triste da nossa história, a autora trabalhou muito bem e durante a leitura é visível que foi preciso muita pesquisa para o cenário e para o fundo histórico; ainda sim temos o sobrenatural, que foca na bruxaria e fantasmas, eu sinceramente amei todo esse conjunto e acredito que casou muito bem.fluida

Postagens mais visitadas deste blog

[RESENHA] The Love Hypothesis de Ali Hazelwood