Resenha: Aura Negra, Academia de Vampiros #2, Richelle Mead.




Aura Negra, Academia de Vampiros #2 - Richelle Mead.


Se você não leu os dois primeiros livros da série "Academia de Vampiros", não leia esta resenha, pois contém spoilers de ambos os livros.

 
SINOPSE:

A Escola São Vladimir está em alerta após um ataque dos sanguinários Strigoi. Os Guardiões admirados por suas habilidades e seus grandes feitos, se preparam para entrar em ação. A escola envia seus alunos para um hotel de luxo e bem protegido, porém um imprevisto obriga Rose a deixar a segurança de seu lar e impedir que o pior aconteça. Apenas quando a vida de seus amigos está por um fio é que a heroína descobrirá força dentro de si.





Diferente do primeiro livro, Aura Negra tem um tom mais sério. Começamos com Lissa acreditando que os remédios que tem tomado, não estão funcionando como deveria, pois ela sente que a escuridão está assombrando-a de novo. Ao mesmo passo, temos Rose indo fazer um teste qualificativo com um guardião experiente, ela viaja com Dimitri para encontrar Arthur, que é bem conhecido entre os guardiões. O Guardião Arthur vivia protegendo uma família da realeza, que moravam afastados das pessoas, por acharem ser mais seguro.

Ao chegarem na casa em questão, começam a notar que havia algo estranho. Entraram e vasculharam, assim descobriram que a família tinha sido atacada por strigois. Após mais algumas inspeções, encontraram as ward's, que protegiam a casa, quebradas, o que os alertou para uma possível ajuda dos humanos a causa dos strigois, já que tanto os Moroi quanto os strigois não podiam tocar nas wards.


A partir desse momento, a história toma um outro rumo, acho que saímos desse clima adolescente e passamos para algo muito maior e muito mais tenso. Na primeira parte do livro, foca-se no treinamento de Rose, no que se tornar guardião significava.


O ataque dos strigoi ocorreu perto do natal, portanto as famílias reais não queriam que seus filhos viajassem, por acreditar ser perigoso. A solução da Academia foi levá-los para um hotel, localizado perto de um campo de esqui. Ainda por influência do ataque, mais guardiões chegaram, muitos escoltando os familiares dos alunos. Dessa forma, conhecemos Janine Hathaway, a mãe de Rose. Logo vemos que elas não se dão bem, mais da parte de Rose, que insiste em fazer comentários ofensivos e demonstrar o quanto está insatisfeita. Janine é uma ótima guardiã e é reconhecida por isso, mas para Rose, ela apenas é a mãe que a abandonou.


Conhecemos também Natasha Ozera, a tia de Christian. Pela descrição de Tasha no livro, assim como o sobrinho, ela tem cabelos pretos, mas também tem uma cicatriz na bochecha, da época que os pais de Christian se tornaram strigoi e tentaram pegá-lo para o transformar em um deles, Tasha bravamente defendeu o sobrinho e conseguiu tempo até que os demais guardiões chegassem. No primeiro livro, vemos apenas que Christian é invisível aos olhos da realeza, mesmo sendo um deles e agora descobrimos que toda a família Ozera passou a ser deixada de lado, por conta do ocorrido; eles são tão excluídos que nem tem um guardião.



Com a proximidade do Natal, Tasha decide fazer compras e Dimitri se oferece para ir como seu guardião. No dia seguinte, no treinamento de Rose, ele não comparece e Janine assume seu lugar. E como era de se esperar, o treino não foi muito agradável, repleto de grosseria e comentários raivosos, com isso Rose acabou se distraindo, não percebendo que deveria se defender do soco que vinha de Janine, o que resultou em Rose com um olho roxo por uma semana, justo na semana da viagem.

Mais para o meio do livro, notei que as coisas de fato ficaram mais sérias e pessoais, porém as brincadeiras e piadas continuam ali, o tempo inteiro. Essa série segue uma linha em todos os livros, onde a primeira metade são as ações, os problemas, e a outra metade o desenrolar e consequências dessas ações. Eu acho que funciona bem essa divisão, eu até acostumei com ela, então eu já sei o esquema quando iniciou algum livro da série.


Durante essa primeira parte toda, eu achei que a Rose parecia sempre estar segurando seu ódio, sem poder simplesmente explodir com todos como quer e eu vejo que isso acaba tornando-a amarga, fazendo ela descontar em quem ela gosta muito e tenta ajudá-la, como Dimitri, mesmo sem intenção. Mesmo assim, voltamos a ver faíscas dos sentimentos deles, da tensão que os envolve.


Voltando a história, no dia do natal, Tasha oferece um brunch e convida algumas pessoas para comemorar, Dimitri está lá, assim como Lissa e Christian, Rose acaba leva Mason. Mais tarde, até Janine apareceu no brunch.


Finalmente temos um momento mais calmo entre Rose e a mãe, onde as duas conversam, Janine acaba presenteando a filha com um colar que tem um pingente de olho, mas ela acaba contando a Rose que Tasha havia pedido a Dimitri ser o guardião dela e que Tasha também tinha interesse em Dimitri. Claro que toda a calma de Rose naquele momento tinha acabado e o que poderia ter sido uma aproximação, acabou ficando para mais tarde.


Saber de um possível relacionamento amoroso entre Tasha e Dimitri, foi momento bem impactante pra Rose e pra mim, porque eu não esperava um sentimento amoroso entre eles. Tasha apareceu como uma grande amiga para Dimitri e quebrava a pose de durão dele, mas não via nada mais. Ao mesmo tempo, não me parece estranho ou ruim, parece algo mais natural e menos complicado d que Rose e Dimitri.


Com tudo isso acontecendo, Rose decide se aproximar e dar uma chance a Mason. Amo a amizade dos dois e assim como Tasha e Dimitri, seria um relacionamento legal de ver, se eles de fato estivessem querendo isso. Mason acaba torcendo o tornozelo enquanto brincam na neve, o que os faz entrar, após deixar Mason em seu quarto, Rose - e nós - conhecemos Adrian Ivashkov. Adrian, inicialmente, é um personagem extremamente debochado e cheio de si, o que me lembrou de Rose no começo. Ele causa um impacto inicial e eu tenho certeza que vai causar em breve, e eu quero muito ver o desenvolvimento desse personagem.

Na cena que Rose conhece Adrian, Mia acaba os vendo e as duas trocam comentários agressivos e pra ajudar, no dia seguinte, Mia espalha uma mentira sobre Rose e Adrian. Não é uma rixa que me agrada, achei que isso ficaria para trás, mas aparentemente não. É bem chato.

Após um novo ataque de strigois, contra a família Dashkovs, surge uma discussão sobre a escassez de guardiões e o que poderia ser feito para melhorar isso, entre sugestões doidos, Tasha sugere que os Moroi lutem com seus guardiões, o que gerou discussões suficientes para o resto do livro.




🔺 Possíveis spoilers a partir daqui. 

Faltando uns 30% para o fim do livro, as coisas começam a acontecer de verdade e sério, esse final me fez amar esse livro inteiro, até as partes chatas.

Boa parte do livro trabalhamos com acontecimentos distantes, dados, planos, discussões por conta dos ataques de strigoi, que é total compreensível. E as ações finais são ainda mais compreensíveis, tudo se desencadeia por conta dos strigoi. Os Moroi estão divididos, alguns acham que deveriam lutar, outros acham que é loucura. Por confiança, Dimitri conta a Rose o que sabe, como uma localização aproximada de onde os strigois estão. Mas Rose com raiva é impulsiva e por estar com raiva de algumas coisas, por ter brigado mais tarde com Dimitri, acaba contando a Mason sobre isso, então ele, Eddie e Mia fogem do hotel, usando compulsão fraca de Mia e vão para Spotkane, onde os guardiães acreditam que os strigois estão.

Por se sentir culpada, Rose vai atrás deles, levando Christian junto. Rose acreditou que poderia chegar na cidade, achá-los e trazê-los de volta em segurança. Mas não. Quando os encontra, um grupo de humanos os sequestra e leva para distante da cidade, os mantendo presos no sótão de uma casa.

Essas cenas com certeza foram minhas preferidas, muita coisa se desenrola dali. São cenas até agonizantes, mas extremamente necessárias para vermos o que de fato são os strigois, como agem, como matá-los.

O strigoi líder, Isaiah, separa os Moroi dos dhampirs e diz a Mia e Christian que o primeiro deles a se alimentar de um dos dhampirs e matá-los, se tornaria um strigoi e o outro morreria. Porém, passaram-se dois dias e nada deles tomarem uma decisão sobre isso, não queriam fazer isso, nem matar nem morrer.

Você e eu nunca vamos gostar um do outro, Rose.

Eu tenho que matar alguém, é melhor que seja você.

Rose acaba tendo um plano, fazendo Christian perceber e ajudá-la. Ele diz que quer se tornar um strigoi e se dirige a Rose para matá-la. Foi necessário que Christian tivesse do lado daqueles que queriam lutar com os Guardiões, caso contrário ele não saberia o que fazer ou como usar seu poder. Então, ele aproxima-se de Rose e finge sugar seu sangue, quando na verdade seus dentes só estão no pescoço dela, enquanto ele canaliza seu poder de fogo para derreter as algemas de plásticos que prendem as mãos dela.

Após isso, juntos eles fazem um plano para sair dali, Rose como sempre tomou a frente e decidiu distrair os strigois, para que os amigos pudessem sair, no sol os Strigois não poderiam alcançá-los.

Dimitri sempre disse a Rose que os sentimentos que sentiam poderiam atrapalhar na hora do caos e vemos ali que isso é bem verdade. Mason, ao invés de se proteger, acaba voltando por Rose e esse foi seu maior erro. Mia também volta, porém se mantém a porta, arrumando tempo para Rose poder se defender.

Devo dizer que essa sequência é a minha preferida, acho ela magnifica, como leitor a gente se apega a diversos personagens e o baque do que acontece com o Mason, me atingiu em cheio, assim como Rose. A reação dela, que movida pelo ódio e raiva decapitou os dois strigois, foi a única possível. Mesmo que ela não o amasse, ela se importava, ela o tinha como melhor amigo.

Após a chegada dos guardiões da Academia , temos uma cena entre a Rose e Janine, onde ela desaba no colo da mãe e eu acho essa cena linda. Ela estava sofrendo e a mãe estava ali por ela.

Depois de um tempo que voltou para a academia, Rose recebe suas duas marcas molnijas, mesmo que ainda não estivesse formada.

🔺 Fim dos possíveis spoilers.



Todos tem luz ao redor deles, exceto por você.

Você tem sombras. Você as pega de Lissa.


Eu achei esse livro maravilhoso e espero que essa grandeza siga para os próximos. Foi um livro muito intenso e interessante, onde conhecemos novos personagens, descobrimos quem é capaz do quê. Eu não esperava que fosse um livro tão duro, que fosse pegar no meu sentimental. Os acontecimentos desse livro serão grandes influenciadores para Rose e no que ela deseja como guardiã.

Adrian Ivashkov é mesmo um personagem curioso. É alguém que me interessa, mesmo que não saiba muito sobre ele. Sabemos que ele também é um usuário do espírito, assim como Lissa. A princesa pode curar pessoas e trazê-las de volta a vida, Adrian consegue falar com as pessoas em sonho, é isso que ele faz com Rose, o que acaba sendo útil no final.

Tem muita coisa sobre o espírito que não sabemos, e nem sei se iremos saber, mas é muito legal ter mais alguém que seja usuário deste poder e que tenha habilidades diferentes das que já conhecemos, é bem interesse e instiga o leitor a continuar.

Dimitri não se tornou o guardião de Tasha e quando questionado por Rose, ele disse que eram apenas amigos e que esperava que Tasha o fizesse esquecer dela - assim como ela esperava que Mason a fizesse esquecer de Dimitri - e claro, não deu certo.

O final desse livro foi muito impactante pela mudança que trouxe para a história. No terceiro livro veremos o reflexo disso tudo em Rose, na Academia, nos guardiões, o que me deixa bastante ansiosa para continuar.

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